07/10/2014 - Preserve seu olhar - Glaucoma e Melanoma de Coroide

Muitas vezes doenças oculares são assintomáticas em sua fase inicial, quando a chance de tratar e de evitar sequelas, como a perda de visão, são maiores. É o caso do Glaucoma, doença que afeta muitos brasileiros e se caracteriza pelo aumento da pressão intraocular, e do Melanoma de Coroide, doença rara que pode ter efeitos devastadores se não diagnosticada e tratada precocemente – o mais agressivo entre os tipos de câncer que podem acometer o olho. “Consultar periodicamente o oftalmologista é fundamental para o diagnóstico precoce dessas doenças”, orienta Dra. Martha Motono Chojniak.

Melanoma de Coroide

É o tumor intraocular mais comum em pessoas com idade superior a 50 anos e que apresentam pele e olhos claros. “Raramente causa sinais externos perceptíveis a olho nu e, em muitos casos, o tumor pode ser assintomático”, alerta e especialista. Além disso, o Melanoma de Coroide pode evoluir para metástase para o fígado e para o pulmão por meio do sangue.

Entre as técnicas de tratamento, a mais utilizada é a braquiterapia, uma radioterapia de contato em que o material radioativo é disposto em uma pequena placa metálica e por meio de cirurgia é implantada próximo à lesão do olho, onde permanece por um período determinado (em média, cinco dias). É um tratamento que emite a radiação de forma bastante focalizada, poupando os tecidos normais próximos, possibilitando controle da lesão com manutenção do olho e da visão.

Glaucoma

O aumento da pressão intraocular que causa o Glaucoma, ocorre quando a área de drenagem do líquido – o humor aquoso – que nutre as estruturas internas do olho deixa de funcionar adequadamente, levando ao aumento da pressão e a lesão do nervo óptico. O processo, que pode causar cegueira, também acontece nas fases iniciais de forma assintomática.

Para evitar que a doença seja diagnosticada quando já não há mais chances de evitar a perda de visão, é fundamental adotar como rotina a visita anual ao oftalmologista para medir a pressão do olho, principalmente a partir dos 40 anos. O exame é simples, rápido e totalmente indolor.

O tratamento do Glaucoma é feito, principalmente, por meio de medicamentos na forma de colírios, mas também há recursos cirúrgicos com técnica convencional ou laser. Segundo Dra. Martha, a maioria dos pacientes responde bem ao tratamento medicamentoso. No entanto, é preciso aderir rigorosamente ao tratamento, lembrando que o Glaucoma é uma doença crônica. “A visão perdida não será recuperada, mas é possível controlar o avanço da doença”, explica.

Dra. Martha Motono Chojniak é Diretora do Departamento de Oftalmologia do A.C.Camargo Cancer Center.